sábado, 21 de fevereiro de 2015

Quiropraxia é eficaz no combate a dores no pescoço?


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Quiropraxia é eficaz no combate a dores no pescoço: Terapia apresentou melhores resultados do que remédios e alongamento.

Um estudo publicado na revista Annals of Internal Medicine revelou que a Quiropraxia pode ser mais eficaz para dores no pescoço do que analgésicos, antiinflamatórios e relaxantes. A terapia lida com o diagnóstico, tratamento e a prevenção das desordens do sistema neuro-músculo-esquelético.


A análise foi liderada por cientistas da Northwestern Health Sciences University, nos Estados Unidos, e incluiu 272 pessoas entre 18 e 65 anos que sofriam de dores no pescoço sem causa específica. Elas foram divididas em três grupos. O primeiro se submeteu a quiropraxia duas vezes por semana. O segundo fez uso de medicamentos e o terceiro recebeu orientações para fazer exercícios e alongamento diversas vezes ao longo do dia.

UMA INTRODUÇÃO À QUIROPRAXIA CERVICAL ALTA

A Quiropraxia começou em 1895, nos EUA, usando procedimentos de avaliação e correção um tanto "rústicos". 

Por volta dos anos 50, B.J. Palmer, o maior desenvolvedor da Quiropraxia e filho do criador da profissão, descobriu após quase 3 décadas de pesquisas que a primeira vértebra do pescoço, o atlas, é a mais crítica da coluna do ponto de vista mecânico e neurológico.



Palmer mostrou através de pesquisas clínicas controladas que, quando o atlas está desalinhado, causa desequilíbrio fisiológico. Ele também demonstrou que o desalinhamento causa interferência do fluxo dos nervos para todas as áreas do corpo. 

Hoje existem técnicas mais desenvolvidas, e que são ainda mais específicas e leves. Contamos com métodos e procedimentos mais eficientes para analisar e corrigir a subluxação vertebral da cervical alta, principalmente da primeira vértebra.


Blair é o nome de uma das principais técnicas especializadas, e também o sobrenome de seu desenvolvedor, o doutor William G. Blair.(1922 - 1985). Um protocolo único de avaliação e ajuste, que garante que cada pessoa seja ajustada de acordo com a sua anatomia e subluxação. É como uma "análise da Impressão Digital da coluna"., uma maneira de descobrir com maior exatidão informações sobre a subluxação de cada paciente. 

EFEITOS DA SUBLUXAÇÃO (DESALINHAMENTO ARTICULAR) SOBRE OS MÚSCULOS

A maneira que os músculos podem ser afetados quando há uma subluxação parece intrigar cada vez mais Quiropraxistas.

Não podemos simplificar afirmando que o músculo “relaxa” após o ajuste, pois enquanto alguns músculos, ou grupos musculares, diminuem o tônus, outros aumentam e isso não é estranho se entendermos como os músculos são afetados pela subluxação.

Observou-se que quando uma vértebra subluxa, os músculos reagem á ela, tanto os músculos cuja raiz afetada inerva, quanto aqueles que se originam ou inserem nesta vértebra.

Quanto aos músculos cuja raiz inerva, pesquisas indicam que ocorre hipertonicidade em conseqüência à inflamação próximo das raízes nervosas. Por sua vez, essa inflamação irrita as raízes e as deixa hiperestimuladas, diminuindo o limiar de excitabilidade.

Algumas técnicas valendo-se dessa alteração, desenvolveram testes e protocolos de avaliação para determinar quando e onde há subluxação.

Outra reação muscular à subluxação, ocorre na tentativa de corrigir o desalinhamento da vértebra. Quando uma vértebra subluxa, saindo de sua posição correta, os músculos que se fixam nesta vértebra, tentarão corrigir seu posicionamento.

Esse fenômeno ocorre devido ao estímulo de estiramento nos fusos e órgãos tendíneos de golgi dos músculos e tendões envolvidos. Eles fazem com que, “esticado”, o músculo contraia.

Quando uma vértebra subluxa, ela se fixa mal-posicionada, mesmo que poucos milímetros. Dessa forma os músculos não conseguem reposicioná-la, mas apresentam esse aumento de tonicidade, oferecendo mais uma ferramenta de análise para o Quiropraxista.

OS EFEITOS FISIOLÓGICOS DA MANIPULAÇÃO ARTICULAR – ALÍVIO DA DOR

Esta publicação abordará um pouco dos efeitos fisiológicos da Manipulação Articular, mas é importante que tanto os Quiropraxistas quanto os pacientes tenham em mente que o Ajuste tem o objetivo de remover a subluxação, e não de lidar com os sintomas que possam ser descritos aqui.

Alívio da dor

Um dos motivos de maior procura à Quiropraxia é a dor. Mas o por quê disso entenderemos a seguir.

Seja como for, para simplificar, pacientes que procuram a Quiropraxia, independente do motivo, relatam que sentem menos dores, tanto as dores relacionadas à condições patológicas (lombalgias, dorsalgias, ombralgias, etc.) como as dores relacionadas à condições fisiológicas (dores decorrentes à exercícios por exemplo).

Seguem alguns dados mais científicos:

Um pesquisador chamado Vincenzino comparou o efeito de analgesia da Manipulação articular com os efeitos da acupuntura, estimulação elétrica trans-cutânea e gelo.  Ele chegou à teoria de que o efeito de alívio da dor ocorre devido à um estímulo do núcleo cinzento periaquedutal dorsal, desencadeando uma inibição sistêmica da dor. Este mecanismo pode ser descrito como não opióide.

Em outro estudo, Vincenzino buscou avaliar a atividade simpática no cotovelo e mão através da mensuração da temperatura da pele e fluxo sanguíneo nas regiãos. Após as intervenções, apenas o grupo da manipulação demonstrou tanto analgesia quanto alterações autonômicas simpato-excitatórias (diminuição da temperatura da pele e fluxo sanguíneo). Estudos em animais confirmam que esta exata combinação de analgesia com essas alterações autonômicas simpato-excitatórias são creditadas ao núcleo cinzento periaquedutal dorsal. 

Esses achados colaboram com a teoria de Korr, que demonstra que a simpaticotonia é induzida pela disfunção vertebral e amenizada pela manipulação.

Outra pesquisa, desta vez elaborada por Glover, comparou os efeitos de alívio das dores lombares tratadas com manipulação com o alívio das tratadas com ondas curtas, utilizando como parâmetro a sensibilização dos neurônios dos cornos dorsais, subseqüente à dores mecânicas da coluna.

Esta sensibilização gerava diminuição do limiar de excitação que pôde ser monitorada pela aplicação de estímulos relativamente inócuos à pele e que foram percebidos como dolorosos.

A pesquisa demonstrou que a manipulação articular da coluna parece diminuir essa sensibilização.

Podemos dizer então que, ainda que pouco esclarecido o mecanismo pelo qual isto ocorre, é inegável que a manipulação articular (quando devidamente executada) desencadeia alívio de diferentes dores.



Bibliografia

Vernon H: Qualitative Review of Studies of Manipulation-induced Hypoalgesia. JMPT, 2000